terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Conceito de Currículo

· O Que é Currículo?
· Quais as contribuições das tecnologias ao desenvolvimento do currículo?
· Como integrar efetivamente as tecnologias ao desenvolvimento do currículo?
· Como desenvolver projetos no âmbito do currículo?


A origem da palavra currículo – currere (do latim) – significa carreira. Neste sentido, a escolaridade é um percurso para os alunos/as, e o currículo é seu recheio, seu conteúdo, o guia de seu progresso pela escolaridade.
O currículo escolar representa a caminhada que a aluna ou o aluno fazem ao longo de seus estudos, implicando tanto conteúdos estudados quanto atividades realizadas sob a tutela escolar. O currículo pode ser definido por uma Rede de Ensino (para todas as suas escolas), ou por uma escola em particular. Um currículo também pode ser definido a partir dos livros didáticos que são adotados para cada série escolar ou pode funcionar a partir de algumas diretrizes nacionais. Ou mesmo podemos defini-lo como vivências das experiências devidamente planejadas e sistematizadas.
Sabemos que em nosso país não existe um currículo único nacional, conhecemos os Parâmetros Curriculares Nacionais que trazem como sugestão, uma forma de definição das disciplinas e distribuição dos conteúdos entre os componentes curriculares propostos. Devido à dimensão territorial e à diversidade cultural, política e social do país, nem sempre os Parâmetros Curriculares chegam às salas de aulas.
Hoje tem se falado muito sobre competências, na escola, nos ambientes de trabalho, na mídia. O conceito de competência também tem sido questionado por alguns autores que o relacionam com o modelo de qualificação que privilegia a especialização. No entanto, a mudança do paradigma educacional baseado em um modelo pedagógico de dependência onde o currículo é visto como um fim, que tem por meta o acúmulo de saberes, que utiliza metodologias transmissivas e tem foco centrado no ensino, tem sido preocupação da escola. Assim, o desenvolvimento de competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) tem sido o caminho apontado por muitos, para a mudança deste paradigma.
Com o objetivo de discutir o currículo frente ao desafio de ensinar a todos e, portanto, como trabalhar a partir de um currículo com as diferenças nas formas de aprender e na cultura, é que várias escolas brasileiras têm elaborado formas de organização de ensino que privilegiam conhecimentos da pedagogia contemporânea para oportunizar a todos o acesso ao conhecimento.
Entre estas contribuições encontramos: a importância de trazer para a sala de aula a cultura local, o estudo de problemas cotidianos, a aplicação do conhecimento aos problemas que a aluna ou o aluno precisam enfrentar em seu dia-a-dia, novas abordagens e o uso das novas tecnologias. Junto a esta perspectiva, encontramos também a possibilidade de libertar a escola do cumprimento de uma lista de conteúdos previamente estipulados e, propondo aprendizados fundamentais em um determinado número de anos (além do ano letivo), ir desenvolvendo métodos de acompanhamento das aprendizagens que atendam ao contexto de desenvolvimento que cada aluno apresenta.
Com a leitura dos textos sugeridos podemos inferir a necessidade de integração das tecnologias no currículo escolar. A contribuição sócio-antropológica ao currículo se dá na medida em que a escola reconhece as relações sociais e os instrumentos culturais aos quais os alunos e alunas têm acesso, buscando, a promoção de uma educação voltada para a formação humana e social. Essa integração potencializa as a aprendizagem, tornando-a significativa.
O uso de tecnologias nas atividades de distintas naturezas provoca avanços na ciência e nos conhecimentos que exigem a abertura da escola aos acontecimentos e sua integração aos diferentes espaços de produção do saber, o que implica em flexibilidade do currículo que passa a ter uma visão mais ampla e integradora entre os conhecimentos sistematizados e aceitos socialmente e os conhecimentos que emergem no contexto, na vida das pessoas, nas diferentes linguagens de comunicação que fazem parte da cultura.
Vivemos a fase de mudanças na educação e a tecnologia educacional vem oferecendo meios para que a aprendizagem seja mais significativa, vivenciada e interessante, despertando e incentivando os alunos a participarem de atividades atrativas, além de valorizar sua auto- estima, melhora na qualidade do ensino e proporcionar o conhecimento básico de informática.
Com relação à questão da utilização de computadores na educação, vejo que a utilização do computador como instrumento de aprendizagem pode ser bastante positiva. O computador no contexto educativo pode ser entendido como uma ferramenta por meio da qual o aluno idealiza e desenvolve um conhecimento, seja reproduzindo um saber ou construindo uma aprendizagem. O aluno, longe de ser um mero observador que só reage quando solicitado, passa a ser um participante ativo no processo de construção de sua própria aprendizagem.
Para a realização de ações pedagógicas significativas utilizando a construção do conhecimento pelo aluno, como produto do seu próprio engajamento intelectual ou do aluno como um todo. O que está sendo proposto é uma nova abordagem educacional que muda o paradigma pedagógico do instrucionismo para o construcionismo. O objetivo da introdução do computador na educação. É importante citar também a necessidade de estruturar projetos que viabilizem a prática da utilização do computador no processo de ensino-aprendizagem, incorporando-o como um instrumento na mediação da relação professor-aluno.
O computador como mediador da aprendizagem é de fundamental importância para os alunos, porque além de ser uma nova forma de aprendizagem dá ao aluno uma certa autonomia e deverá ser utilizado para auxiliar na mudança do ensino, entrando nas escolas para alimentar o processo de ensino/aprendizagem, porém, para que se tenha um ensino/aprendizagem com sucesso é necessário que os professores tenham habilidades para tal,sabendo também utilizar sua metodologia de acordo com os recursos adequados. Partindo de uma perspectiva construtivista-interacionista, o computador deve ser usado como um instrumento de aprendizagem, onde o aluno atua e participa do seu processo de construção de conhecimentos de forma ativa, interagindo com este instrumento. Volto a comentar que para a realização de ações pedagógicas significativas utilizando o computador como recursos é preciso que se invista na formação de professores. A tecnologia quando aliada a educação torna-se um fator fundamental para o processo de aprendizagem.
Buscando um novo paradigma educacional, centrado na aprendizagem e não no ensino, teremos o professor como mediador entre o conhecimento acumulado e o interesse e a necessidade do aluno. E o currículo, entendido como o conjunto integrado e articulado de situações organizadas de modo a promover aprendizagens significativas.
Para desenvolver competências é preciso, antes de tudo, trabalhar por resolução de problemas e por projetos, propor tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizar seus conhecimentos, habilidades e valores. O trabalho com projetos oportuniza ao aluno: participar da definição dos temas; fortalecer a sua autonomia, o comprometimento e a responsabilidade compartilhada; confrontar idéias, experiências e resultados de pesquisa produzir conhecimentos significativos e funcionais; valorizar diferentes habilidades e potencialidades; apreender e interpretar conceitos, utilizando o conteúdo próprio de diferentes disciplinas; ter uma visão global da realidade.
Atualmente, as escolas têm definido como objetivo de seu projeto pedagógico a formação do cidadão crítico, criativo, capaz de estabelecer relações e fazer julgamentos; há de ser atuante, responsável e comprometido com o que faz; deve ser bem informado, capaz de se perceber no grupo e atuar no sentido de seu fortalecimento e de sua coesão.
Um projeto de trabalho não pode ser considerado apenas como um método de ensino, mas como uma postura que reflete uma concepção do conhecimento como produção coletiva, onde a experiência vivida e a produção cultural sistematizada se entrelaçam, dando significado a aprendizagens construídas.
Através de projetos os alunos aprendem a ser flexíveis e a compreender a realidade sociocultural e o mundo do trabalho que os cerca. Estabelecem relações entre o passado e o presente; entre os significados atribuídos a determinadas práticas culturais, científicas e laborais; e entre as diferentes versões dos fatos e fenômenos que estudam. Na montagem de projetos em torno de situações concretas de trabalho, são valorizadas as diversas contribuições prestadas por cada disciplina, o que traz a necessidade de que os docentes das disciplinas compreendidas em cada módulo de ensino realizem um planejamento integrado.
É importante considerar que os projetos encerram uma concepção que prioriza a aquisição de estratégias cognitivas, bem como o papel do aluno como responsável por sua própria aprendizagem. Além de que, os projetos contribuem para o desenvolvimento das capacidades que são exigidas dos profissionais da atualidade, compondo o quadro de atributos genéricos incorporados no modelo de competências. Essas capacidades incluem: Iniciativa; criatividade; diagnóstico de situações; integração: tomada de decisões; comunicação interpessoal.
Portanto, o objetivo do ensino de qualquer disciplina atualmente deve ultrapassar a mera memorização de informações, porque o êxito não esta na reprodução, mas na capacidade de construir soluções próprias a novos problemas.

Referências:
http://www.google.com.br
http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2004/cp/tetxt3.htm
SALGADO, Maria Umbelina Caiafa. Tecnologias da educação: ensinando e aprendendo com as TIC: guia do cursista. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação à Distância; 2008.

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